quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A 1ª Tertúlia Fafense – o Voluntariado



A Tertúlia Fafense arrancou na noite de 25 de Janeiro, no auditório da Biblioteca Municipal, com uma composição de mais de três dezenas de participantes, para conversarem informalmente em torno de um tema, nesta primeira edição: o Voluntariado.
Abriu a sessão o Presidente da Câmara, José Ribeiro, saudando os presentes e a iniciativa do Pelouro da Cultura, referindo que já fazia falta um espaço assim no Concelho. A moderar a Tertúlia esteve Pompeu Martins, vereador da Cultura, que explicou aos presentes o modelo que será adoptado para estes encontros, introduzindo o seu convidado, Bernardino Silva, coordenador Regional da OIKOS.

O convidado central desta 1ª Tertúlia interveio durante cerca de 20 minutos, dando o mote para a conversa, defendendo a ideia de solidariedade e voluntariado para o desenvolvimento, muito mais do que numa perspectiva assistencialista. Bernardino Silva deu conta aos presentes da sua vasta experiência no âmbito de voluntariado internacional, sobretudo em zonas de catástrofe e de graves problemas sociais. Da sua intervenção salienta-se a ideia-chave de que o Voluntariado tem uma componente individual forte, quando perspectividade na descoberta do eu e da sua própria realização no seio das comunidades. Na sua perspectiva, se não formos capazes de perceber o que queremos para a nossa vida, o que nos faz sentir realizados, mais distante estaremos de compreender a sua privação, a injustiça e as desigualdades. Por outro lado, sublinhou a importância do trabalho voluntário junto dos povos, mais do que com meios materiais e financeiros, com boas práticas e com conhecimento, no sentido de ajudar as diferentes comundiades em risco a superar as suas crises e a seguir em frente mais fortalecidas e capazes de vencer as adversidades, sejam estas provocadas por catástrofes naturais ou por incidentes políticos, sociais ou económicos.
Numa primeira pausa, Pompeu Martins desafiou os presentes a eleger um de quatro pensamentos em torno da temática do voluntariado, relacionando-o com a ética, com a entrega ao próximo, com a competência e com a virtude. A maioria dos presentes elegeram as questões éticas como mais significativas no tocante à prática do Voluntariado, no pensamento do Padre Feytor Pinto: «Se há uma relação com pessoas, não pode deixar de haver uma responsabilidade ética. É que o fundamento da ética, pelo menos da ética personalista, é a dignidade e a liberdade das pessoas. Tudo isto não é mais que a sensibilidade ética indispensável ao exercício do voluntariado».

Seguiram-se variadas intervenções testemunhando experiências de vida e boas práticas neste âmbito. Intervieram o Rotaract, a Juventude da Cruz Vermelha, a Associação Janelas Plurais, o Cineclube de Fafe, assim como alguns profissionais de sectores que se têm cruzado com a actividade voluntária.

Fecha a Tertúlia um conjunto de «ofertas» dos presentes que mais não é do que o enunciar de acontecimentos importantes que venham a ocorrer nas próximas semanas:
Nesta ronda de ofertas: Céu Lemos apresentou o trabalho da Habitat em Portugal e em Moçambique, sugerindo esta via de Voluntariado como uma boa resposta para as pessoas e para as comunidades, Pedro Valente sugeriu um reforço de atitude no Banco de Voluntariado de Fafe, reafirmando este mecanismo criado pela Câmara como um bom veículo de comunicação e de execução de bons projectos; José Rui Rocha convidou os presentes para a apresentação na sexta-feira 28 do seu novo Audio-livro; Celina Tavares apresentou uma nova formação de Teatro que será protagonizada pelas Janelas Plurais; João Pinto sugeriu os dois filmes que o Cineclube exibirá na quarta e no Domingo, Isabel Alves convidou os presentes para um evento internacional que junta o Programa Juventude em Acção e o Museu das Migrações num curso com mais de 10 países sobre questões de diversidade cultural nas comunidades migrantes e Pompeu Martins lançou a sugestão da iniciativa Fafe em Concertos Íntimos que abre a temporada com Tim, já a 19 de Fevereiro.
As últimas sugestões foram de Nelson de Quinhones com música centrada na iniciativa USA for Africa e o relembrar do NUFAPOMO, há 25 anos em Fafe, num gesto ímpar de solidariedade para com Moçambique, Pompeu Martins trouxe Saramago em «Os Poemas Possíveis», João Pinto os filmes Ghandi e um Documentário sobre Voluntariado em contexto internacional, e Daniel Bastos sugerindo um quadro do século xix acerca da infância desvalida.
A Tertúlia regressa em Fevereiro e o desafio é: o Amor.

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