quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Tertúlia Fafense| nº 2 |o Amor


Na segunda edição da Tertúlia Fafense, realizada a 16 de Fevereiro, falou-se de Amor. Henrique Botelho, Director do Agrupamento de Centros de Saúde do Ave1 e Terras de Basto, foi o convidado e deambulou em torno da temática tocando os seus variadíssimos contornos, desde as formas de apropriação desta emoção central na vida dos humanos, mas também sobre as muitas formas de o questionar e de nos relacionarmos com a ideia de Amor e de Amar dos outros. Não esquecendo a sua formação académica e profissional enquanto médico, tocou o lado mais biológico associado a esta expressão de emotividade, relacionando-o sempre com histórias de vida, histórias essas que atravessaram um serão de conversa cheio de emoção e boa disposição no seio de uma roda de amigos que se quiseram juntar partilhando ideias, experiências e emoções.
Nesta edição, que contou com mais de seis dezenas de participantes, integraram a Tertúlia o Vereador da Cultura, Pompeu Martins que conduziu a sessão e tocou as questões do tempo que as pessoas e as sociedades dedicam ao Amor, em sentido lato, Daniel Bastos introduziu a temática pelo lado da expressão histórica, Dulce Noronha apontando a expressividade do Amor enquanto forma de atingir a felicidade individual, mas também como forma de alterar em sentido positivo as relações sociais.
Na rúbrica, a Tertúlia oferece, João Pinto ofereceu aos presentes o livro «Afectos - amor» uma edição da Labirinto em pequeno formato, com poesia e imagem, mas também um conjunto de filmes que marcaram a história do cinema nesta temática. Dalila Alves, assistente social da Câmara Municipal, acompanhada da equipa que integra o sector deu conta do trabalho desenvolvido no concelho em torno do Amor e da Educação Sexual, bem como do combate à violência doméstica. Marisa Silva trouxe a pintura de António Carmo, apontando a biografia do autor e exibindo o quadro «A memória dos teus beijos». Fechou o ciclo de ofertas Isabel Alves trazendo as cartas de Albano, um emigrante que se correspondeu com a sua mulher e que nessas cartas tocava as questões do Amor, da Saudade, do Amor ao país, num registo de grande emotividade.
Muitas mais foram as intervenções da noite, entre gerações diferentes: a história de Sónia que nos trouxe um exemplo de reconquista do Amor próprio e como o conseguiu através da ajuda da Cercifafe, a perspectiva ao nível da leitura psicológica desta história por Marisa Sousa psicóloga, a abordagem de Orlanda Silva sobre a necessidade de se continuar a investir na Educação Sexual e dos Afectos no meio escolar em consonância com a comunidade,  as linguagens do Amor, por César Freitas, os contrastes geracionais com jovens a comentarem o seu género e a comunicação, Leonora que questionou a pouca disponibilidade que as comunidades parecem ter  para dar mais tempo ao outro, Francisco Oliveira num toque de época a falar de cartas de Amor, das que escreveu, e do que vai escrevendo, num registo tocante de não desistência.
Um serão em grande, num ambiente de informalidade e de partilha efectiva.

3 comentários:

  1. Gostava de lá estar para espalhar um pouco de controvérsia. Então nas escolas deve-se ensinar os afectos? Que coisa mais católico-dependente. Os afectos não se ensinam, valha-me Deus.

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  2. Caro António Daniel: os afectos não era nesse sentido...seria mau sim...mas antes no tocante à não redução da sexualidade à componente genital era esse o sentido do que foi conversado.

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